Sócio do Clube do Comércio desde criança, Yuri Radomsky é um dos atletas de maior prestígio no tênis gaúcho. E hoje está encabeçando o projeto da Escolinha de Tênis do CC ao lado de Raphael Trindade, Yuri lembra da sua trajetória no esporte com carinho e nostalgia.
Em entrevista, ele contou como conheceu o Clube, falou sobre o seu primeiro contato com as quadras de saibro e sobre o projeto da Escolinha.
Como você conheceu o Clube e o tênis?
Yuri: Entrei para o clube quando tinha 8 anos, desde já iniciei aulas de tênis e me apaixonei pelo esporte. Em seguida comecei a treinar com nosso mestre Rodolfo Maldonado, que está até hoje ministrando aulas conosco no Clube. Era uma época muito boa, onde após as aulas eu ficava o dia todo jogando no clube. Desafiava os mais velhos por Coca-Cola. Imagina um moleque entre 8 e 12 anos desafiando os mais velhos (risos). Não tinham muitas crianças na época, eu jogava com todo mundo. Lembro de uma vez que minha mãe pediu pro Claudinho (atual diretor da sede) bater uma bolinha comigo, eu era viciado, um ratinho de quadra.
Como você se sente a frente do projeto da Escolinha de tênis?
Yuri: Me sinto muito feliz por poder retribuir e repassar para os alunos todo o conhecimento que o tênis me deu. É muito gratificante ser professor e ver de perto a evolução do aluno, seja nível iniciante ou mais avançado.
Ensinar tênis social é prazeroso, pois os alunos querem aprender o mais rápido possível e se empenham bastante, valorizam o horário de aula pois geralmente entraram mais tarde no esporte. É muito legal ver a evolução que eles falam nas partidas e ranking que fazem.
Já na Escolinha com as crianças e pré-adolescentes o foco é mais lúdico e no desempenho de uma atividade física. Muitos realizam apenas essa atividade como esporte, e por vezes acaba sendo sua válvula de escape do estresse do colégio.
Temos também a garotada que disputa competições, aí sim somos mais exigentes, tendo como foco os resultados e a excelência.
Acredito que um bom professor é aquele que supre o objetivo de cada aluno. Ter essa sensibilidade em saber o que falar, o que exigir e ainda no momento certo. Cada aluno busca algo, uns o cardio tênis, outros querem bater sua bolinha e dar boas risadas, outros querem seriedade e foco nas correções. Assim, com todas essas ideias começamos a observar que o projeto tênis é bem mais amplo em pegar diversos campos e não só o aprender a jogar tênis. Apesar de ser esporte individual, realizamos aulas em grupo tornando uma ferramenta que podemos usar tanto para inclusão como para jogos cooperativos. O tênis é um esporte mágico!
Como a Escolinha de tênis está lidando com as questões de segurança em relação à Pandemia?
Yuri: Agora na pandemia está sendo bem difícil ministrar aulas em grupos. Porque temos que reduzir as turminhas para não ter aglomeração e muitos ainda têm medo de sair de casa. Entretanto, em abril aumentou o número de alunos, acredito que o pessoal está um pouco mais relaxado pelo crescimento do número de vacinados. Seguimos todos os protocolos da OMS para uma aula segura. O tênis já tem distanciamento e é aberto, não é por acaso que é um dos esportes mais procurados em época de pandemia.
Qual a expectativa para a Escolinha nos próximos meses?
Yuri: Minha maior expectativa é que o clube não feche novamente. Pois, essas paradas fazem os novos alunos deixarem o esporte e não voltarem mais. Queremos dar sequência ao trabalho e focar mais em trazer crianças para o esporte. Já que observamos que o número de crianças realizando esportes vem caindo e isso é um problema na maioria dos clubes. Precisamos achar soluções para o desenvolvimento do esporte para a geração futura e esse vai ser nosso foco.